sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

A bota

Ontem, durante a caminhada, eu me peguei pensando nas minhas botas. Calço alguma coisa entre 45 e 46, o que faz com que, geralmente, quando tenho um calçado qualquer, ele seja o único do tipo. Pra botas isso é ainda mais válido. Afinal, quem, que não trabalhe de botas, tem mais de um par? As minhas já estão, digamos, meia-vida. Mas continuam firmes e confortáveis depois de boas jornadas. E resolvi fazer uma lista mental - enquanto caminhava - de onde elas já me acompanharam (que eu me lembre!):
  • Krugger Park, África do Sul;
  • Deserto em Omã, entre Sur e Mascate;
  • Three Capes Walk, Tasmânia, Austrália;
  • Varanasi, Índia;
  • Acadia National Park, Maine, EUA;
  • Fairbanks, Alaska, EUA;
  • Yellowstone, Wyoming, EUA;
  • Mont Rushmore, South Dakota, EUA;
  • Chapada dos Guimarães, MT, Brasil;
  • Gyeryongsan National Park, perto de Daejeon, Córeia do Sul;
  • Vulcão Pacaya, Guatemala.
  • Ilha da Madeira, Portugal. 
Que as botas sigam aguentando o tranco!

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Bora pro mato que o sábatico é de campeonato

Com trilhas em abundância na ilha de Tenerife, hoje foi dia de encarar outra. Especificamente, a trilha PR-TF 12. Não por coincidência, ela se inicia praticamente no mesmo lugar da trilha anterior que fiz. E a principal razão pra eu explorar especificamente essas trilhas - que estão situadas no parque rural de Anaga - é que elas são próximas de onde moro, na capital Santa Cruz de Tenerife. 1 hora e pouco de ônibus pra chegar, 1 hora e pouco de ônibus pra voltar pra casa depois de terminada a caminhada.

A trilha de hoje termina em Bajamar, que é uma cidadezinha também à beira-mar. Vizinha à Punta de Hidalgo, final da trilha da semana passada. Basicamente, antes de iniciar a caminhada, a partir do mesmo ponto, tem uma trilha à direita e duas à esquerda. Eu peguei uma à direita na semana passada e uma à esquerda hoje. 

Em Bajamar também tem piscina de água salgada no final. Água gelada, banheiro público com chuveiro (frio, mas eu não reclamo). Qualidade depois de 10km de marcha.
















segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

Calima (2)

Já falei da calima aqui e um pouco aqui (no final da página). Durante o Carnaval, veio uma bem mais forte do que já tínhamos visto. É um pó fininho, no final do dia a garganta tá seca e os olhos irritados. Não à toa vi gente de máscaras na rua. E, no fim do dia, dá um quê de Marte, não dá?




domingo, 23 de fevereiro de 2020

Comida

Talvez o que mais me interesse na experiência de morar fora e estar em outra cultura são a alimentação e os hábitos alimentares. Na Espanha, e por consequência, nas Canárias, os horários são bem diferentes dos nossos. O almoço é 2 da tarde, pois entre 11 da manhã e meio-dia, eles merendam. Isso faz com que o jantar também vá la pra mais tarde, depois das 21h.

Para além dos horários, o que é eu acho legal mesmo são os ingradientes. Não curto muito, por exemplo, o fato de que as porções num restaurante são de tamanhos variados e incompreensíveis. Um entrante às vezes é maior do que um principal. Às vezes, o que a gente acha que é uma porção pra picar, é um troço pra comer de garfo e faca. Essa confusão pode ser irritante vez ou outra, mas vale a pena para degustar as coisas que eles servem.

Não especificamente nas Canárias, mas aqui, num restaurante ou bar ou café (nem sempre é muito fácil diferenciá-los só olhando) sempre tem: anéis de lula, croquetas e ovos estrellados (esse último minha loucura: ovos fritos com gema mole em cima de batatas fritas e fatias de jamón sobre os ovos). Mas tem uma coisa que eu gosto muito, que são os pimientos padrón. São umas pimentas menores que pimentões, mas maiores que pimentas malaguetas. E que ardem bem pouco. São refogados/salteados no azeite e servidos com com umas escamas de sal. É um tira-gosto ou entrada de tirar o chapéu. Tão apreciados por esse escriba que fazemos em casa.


 

sábado, 22 de fevereiro de 2020

Carnaval

Aqui em Tenerife tem Carnaval. Em Santa Cruz, especificamente. Já li e ouvi que é o segundo maior carnaval do mundo, atrás, por óbvio, do Rio de Janeiro (e provavelmente de qualquer grande cidade do Brasil). E, como é Carnaval, fui ver como se dá a brincadeira por aqui. Amostragem baixa, apenas a sexta-feira à noite aos olhos de um homem de meia-idade que já não tem mais aquela animação com a festa momesca.

Pois é... bom! Não é sensacional porque eu sou brasileiro, e boa música é premissa para uma boa farra. Não é necessariamente o que acontece aqui, apesar de alguns batuques bem respeitáveis. Mas, isso posto, dá pra se divertir sim. São diversos "blocos" desfilando por uma mesma avenida, como se fossem várias alas de uma escola de samba das nossas. No final se dispersam e cada um vai pro seu lado. Só que pela cidade inteira tem barraquinhas, barracas grandes de comidas de todo tipo em alguns palcos com shows. E, claro, gente bebendo, dançando - às vezes sozinhos e sem música - e se divertindo. Naturalmente, os jovens são os mais animados.

Era só sexta-feira, tem mais hoje e vai ter muito mais até terça. E vale a pena. Perde-se na animação e na qualidade da música em relação ao Brasil, ganha-se na não lotação de blocos e na tranquilidade de não ter que se preocupar com seu celular ou sua segurança o tempo todo.

Concluindo: ninguém em sã consciência sairia do Brasil pra passar Carnaval aqui. Mas tampouco o contrário.






Em tempo, eu falei sobra a calima antes. Tá aqui uma foto de como está hoje. Parece nublado, mas não são nuvens. É poeira de areia. Comparem com uma foto do dia 03/02.

 

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Bora pro mato que o jogo é de campeonato

(escrito no dia 20/02) Uma das minhas atividades prediletas é caminhada no mato. Não sei se tem nome específico pra isso em português, mas em espanhol é senderismo. Sinônimo do hike inglês. Pois é, fui lá. Investigando pela internet, para além dos sites mais comuns (wikiloc, por exemplo) acabei caindo na página do que acho que é o equivalente à zona metropolitana aqui, o tal do ayuntamiento. Pois foi melhor do que a encomenda. Escolhi uma, saindo das montanhas perto do parque rural de Anaga, em Cruz del Carmen e que termina no mar, na cidade de Punta del Hidalgo. É a trilha PR-TF 10 quem estiver curioso pode ver o arquivo aqui. Nem me dei ao trabalho de contar, mas tem mais de 30 pdfs, cada um com descrição, mapa e detalhes práticos das trilhas homologadas.

E o que é a homologação de uma trilha? Não fui muito à fundo, afinal quero é andar nas trilhas, não gerenciá-las. Mas parece que é quando elas recebem o 'ok' da associação de senderismo local. Elas são avaliadas quanto à dificuldade, o terreno, as marcações, etc. E é bacana que as marcações são padronizadas. Então, você lê uma página e já sabe o que significa cada sinal da trilha. Além disso, tem 3 tipos de trilhas - aqui acho que já é coisa internacional, ou ao menos nacional. GR (gran recorridos), PR (pequeno recorrido) e SL (sendero local). As GR são trilhas quem duram alguns dias, tem que acampar, etc. Tipo o caminho de Santiago de Compostela. No site, tinham 5 dessas. Cada pdf, uma parte de uma trilha GR que cruza a ilha de Tenerife. A grande maioria disponível é de PR. São trilhas pra fazer num dia, como a que fiz, de pouco mais de 10km. Geralmente, estas trilhas são de até 15 km, pra dar pro cidadão caminhar num dia só. E a SL - só tem uma no site - é uma caminhada recreativa, de nível fácil, nem sei se tem kilometragem máxima.

Nem contei também que fiz tudo com transporte público: pra chegar no início da trilha e depois pra voltar do fim dela. Que, no caso, era numa cidade maiorzinha. Inclusive, uma das primeiras partes da cidade em que se chega ao sair da trilha é o ponto final do ônibus que traz de volta pra Santa Cruz de Tenerife. Não sei se é de propósito, mas é genial.







quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Projetos

(escrito no dia 09/02) Hoje foi dia de finalmente começar a botar em marcha os "projetos" antigos. Verdade que chamá-los de projetos é mais que uma gentileza, é uma condescendência. De qualquer modo, hoje vi uns vídeos de dois cursos de iniciação ao desenho que comprei em 2017 na Udemy. Claro, é desenho, então tem que fazer muitos exercícios. Consegui fazer quase meia-hora hoje e foi menos cansativo do que pensei. Amanhã pretendo continuar os para-casas. Mas o mais legal é que já tinha visto 2x um vídeo de iniciação de um curso. Hoje, como fiz os exercícios vi também o segundo. Além de gostar, fiquei com a efetiva sensação de que dá pra aprender a desenhar. Isso me deixou bastante animado.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Futebol

Domingão foi dia de jogo. É isso aí, o centenário esporte bretão.

Eu tenho uma diversão que consiste em assistir jogos em todos os lugares que morei. Em 2002, no mesmo dia em que cheguei ao Rio fui ver Fluminense x Atlético-PR no Maracanã. Um 0 x 1 chocho, com menos de 5 mil pessoas. O Maracanã, ao menos o antigo, com 5 mil pessoas parece um cemitério. Anos depois estive no Engenhão pra testemunhar o Galo levar um 4 x1 do Flamengo com o Ronaldinho, que logo depois viria me alegrar no Galo. Mas aí eu já não morava mais no Rio.

Em Nancy fui uma vez ao Estádio Marcel Picot, ver o Nancy vencer por 1 x 0 o Caen, com gol do Kim, ex-camisa 9 do Galo. Na época o Nancy jogava a 1a divisão. O que não fez tanta diferença já que o jogo foi uma bosta. Foi a primeira vez que vi um goleiro tomar um frango no aquecimento...

Em Buenos Aires fui duas vezes ao Monumental de Nuñez. Não me lembro nem do adversário nem do placar do primeiro jogo, mas no segundo vi num Monumental cheio o River levar de 4 x 0 do Estudiantes de La Plata - time que também gosto muito, por óbvio - e me encantei com a barra brava (sim, eu tava no meio das organizadas do River) chorando e cantando no quarto gol do Estudiantes que amavam o River e não o abandonariam jamais... De arrepiar.

Em Valência, pra quem não sabe, são dois times. O Valência, que joga no lindo estádio de Mestalla e o Levante, que é o time menor e joga num estádio mais modesto. No Mestalla acho que fomos duas vezes, mas nem estou certo. Me lembro mesmo é de um jogo das quartas de final da Copa da Uefa, em que o Valência tinha levado de 3x0 no primeiro jogo contra o Basel, da Suiça. Aproveitamos a promoção e fomos no jogo de volta. Pois: 3x0 no jogo e mais 2x0 na prorrogação. 5x0 e a galera enlouquecida. Foi massa demais. O jogo do Levante, entretanto, foi mais impressionante. O Levante, se não me engano, nem jogava a primeira divisão. Mas foi no Estadi Ciutat de València (valenciano) que vi pela Copa del Rey, Levante 1 x 4 Barcelona. E pelo Barcelona, estava Messi. Sim, vi Messi no estádio e, apesar dele não ter marcado nesse jogo, deu 3 passes pra gol e fez algumas coisas que, se não tivesse VT, eu acharia que meus olhos me enganaram.

E finalmente chegamos a Tenerife. Estádio Heliodoro Rodríguez López. Tenerife se recuperando no campeonato, vinha de uma vitória de 4 x 2 fora de casa. Era hoje! Dia de ver muitos gols contra o Rayo Vallecano, time pelo qual também tenho grande simpatia. Pois é, os mais de 13 mil no estádio tiveram que engolir um 0 x 0 de dar dor no fundo dos olhos. É segunda divisão, eu sei, mas ao menos era pra ver o povo querendo ganhar. Que nada, os dois times numa preguiça de dar raiva. O juiz ainda ajudou a atrapalhar, invertendo faltas, errando coisas básicas. Foi terrível.

Mas ainda vou dar mais uma chance. Zero a zero é inaceitável. Ainda vou voltar lá, num outro jogo. Nem que tenha que gritar gol do time de fora... Mas futebol tem que ter gol.




terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

23 kg

A franquia de bagagem no tipo de bilhete que eu viajei aqui pra Tenerife era de 23 kg por pessoa. Tem passagens sem nenhuma franquia, tem bilhetes com mais do que isso, vai depender do tipo de tarifa. No nosso caso, usei milhas Ibéria - sim, eu tenho milhas na Ibéria. Tem coisas inexplicáveis que eu faço que às vezes saem muito lucrativas. Essa foi uma delas. Viemos de São Paulo pra Tenerife, 2 pessoas, por R$500. Mas chega de divagar.

Ou seja, eu tinha que botar o que achava que precisaria por 6 meses numa mala de 23 kg. Consegui. Veio certinho. Claro que senti falta de algumas coisas, como mais livros que gostaria de ter trazido - e pesam muito, são o primeiro item a sair da lista - e meu mate e bombilla. Esses últimos esqueci. De qualquer modo, veio tudo. Incluindo o que veio na bagagem de mão, veio computador, câmera, cabos, tênis de correr, bota de caminhada, tênis do dia-a-dia, sandália e as inestimáveis havaianas.

E o que eu trouxe que não tô precisando? Roupas, óbvio. Ah, trouxe toalhas também: duas de banho e uma de rosto. Uma uso pra natação, mas como alugamos uma casa com tudo, desperdicei espaço/peso na mala com duas toalhas. Mas as roupas, que desperdício. Umas 10 camisetas, entre novas, boas e farrapos. 3 camisas, 2 casacos. Duas calças! DUAS! Cara, eu nem sei porque ainda tenho calças. Pretendo ficar 6 meses sem usá-las (no casa inesperado de frio, eu tenho um daqueles conjuntos esportivos que são casaco e calça. Problema resolvido). Meu negócio são as bermudas. Usei 2, comprei uma aqui. Ou seja, tem duas que trouxe ainda intocadas. Até as bermudas tão sobrando. E nem tô lavando roupa certinho toda semana como fazia em BH. O armário tá com coisas sobrando.



Conclusão: podia ter vindo com bem mais livros e deixado muita roupa pra trás. E olha que achava que uma mala de roupas era o mínimo necessário. Pelo visto, com um terço de tudo já estaria ótimo. Fica a lição.

 

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Tempo mano velho

Segunda-feira, dia de começar a semana. Até pra quem tá à toa meio que mais ou menos funciona assim. Afinal, a Dani, pelo contrário, tá ralando. E como ela tem rotina, eu acabo ganhando uma rotinha também. Por favor, não entendam isso como uma reclamação. De jeito nenhum. A minha recém rotina na segunda é bem suave: acordo, preparo meu café da manhã (nesse momento a Dani já tá quase saindo, por volta das 7h10), o tomo, lavo louça e vou nadar (a preparação do material de natação tá virando rotina do domindo à tarde).

São entre 2h30 e 3h00 que a natação me exige. Entre sair e voltar pra casa. São uns 25 minutos andando até a piscina, depois tem o tempo de trocar de roupa, tomar a ducha fria, botar o equipamento, nadar, alongar, parar um pouco pra parar de suar, tomar uma longa ducha fria, trocar de roupa e voltar. Só nadando, é no mínimo 1h.

Voltando pra casa, passo no supermercado e só compro água: 2 galões de 8 litros cada. Depois foi preparar meu almoço, que hoje foi matar o resto da salada de ontem e cozinhar um macarrão pra matar o resto do molho à bolonhesa de ontem. Jogo fácil, coisa rápida.

Neste instante, 14h24, estou digitando esses pensamentos no blog enquanto escuto Bob Marley no Spotfy. Agora começa a parte mais interessante da rotina: eu vou escolher o que fazer. Talvez, saia pra um parque pra desenhar, talvez saia pro porto pra ler em frente ao mar, talvez dê um chochilo, talvez fique navegando inutilmente pela internet, talvez assista vídeos no youtube ou talvez procure o filme indicado no podcast Xadrez Verbal no netflix.

Ainda tô aprendendo a ser senhor do meu tempo, de entender essa liberdade de fazer o que eu quiser com meu tempo. Na falta de outro nome, não sei se chamo isso de liberdade, de riqueza ou, melhor, uma mistura dos dois.  

Liberqueza. Tá um neologismo bem chulé. Mas acho que vou usá-lo...
 

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Piscina

(escrito no dia 07/02) Segundo dia de piscina. Nada demais, mas me peguei pensando em como automaticamente vamos criando hábitos novos. Aliás, somos forçados a isso. Por exemplo: vestiário novo, onde ficam guardadas minhas coisas durante o exercício? Qual o armário? Tem que trazer chinelo. Recomendaram cadeado pro armário. Toda mudança traz essas sutilizes, mesmo mudanças de piscina. Ah, nem falei da piscina propriamente dita: incrível. Como tem menos gente nas raias, é mais confortável de nadar que  as de Nancy e Valência. Apesar do cansaço de nadar 1h (tô fazendo só crawl, sem parar) tô até pensando em nadar cinco vezes na semana. Um dia que tiver saco, vou contar, mas acho que tô nadando perto dos 3mil metros. Acho que, no mínimo, 2.500. Tentarei contar na segunda. E o mp3 ajuda muito! Hoje não alagou no ouvido direito e só depois de 30 min no esquerdo. Aos poucos vou me ajeitando com meus novos gadgets.







quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

Material esportivo

(escrito no dia 04/02) Meias! Hoje comprei meias. Trivial, né? Não se você calça 45 (45,5 às vezes). Tenho muita dificuldade em achar sapatos, tênis e meias, já que quase todas aquelas meias vendidas em pacotes tem o número superior 44. E não me venha dizer que se serve pra 44, serve pra 45. Vai lá e compra um número menor do que o seu e me conta se ficou legal. Bom, mas aqui achei. Verdade que não tem tantas opções como as das pessoas normais. De qualquer modo, quem calça 45 não tem gosto, tem necessidade. E não saí pra comprar meias, foi compra de ocasião. Eu saí pra comprar novos óculos de natação, já que os meus foram danificados durante a viagem. 

Confesso que fiquei meio puto de estragar os óculos e ter que comprar novos em euros. Entretanto, verdade seja dita, os meus já estavam com 1 ano e meio de uso com uma frequência generosa e já estavam começando a infiltrar. Alguém mais razoável provavelmente já entenderia que é hora de trocar de óculos. Eu e meu hábito de que as coisas são feitas pra durar pra sempre. Sempre acho que estão estragando antes da hora. "Como assim, essa calça já tá rasgando ou tá puída? Só dois anos usando de segunda a sexta, lavando no sábado e secando no domingo e ela já tá assim?". Sim, sou eu. Mas por favor, não me confundam com um miserável que não quer comprar roupas. Realmente eu não quero, mas é muito mais por preguiça e não ver razão em mudar o que está servindo. Ao menos até ver fotos de 3, 4 ou 5 anos e identificar que a atual camisa jeans clarinha era originalmente um tom bem mais azul, brim mesmo.

Mas eu tô aprendendo. Só não aprendi direito a usar a máquina de lavar/secar do apartamento anterior que me custou duas camisas novas encolhidas. Essa, que já tá virando meu fechamento clássico, é história pra outro parágrafo.

(Atenção, pois 47/50 é o número na Europa. Olha lá os números no Brasil apontados.)
 

terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Calima

(escrito no dia 04/02) Esse negócio de escrever é desafiador. Mas confesso que não sinto tanta dificuldade. É, eu sei que não sou um Guimarães Rosa, nem Érico Veríssimo, nem a Maria José Dupré. Mas não acho tão difícil. Ainda mais algo parecido com um blog, quase um tweet. É pouco texto, é direto, é simples. Menos letras, menos fonemas, menos palavras: significa menos chances de fazer bobagem. Não sei se jamais vou ter vontade ou me arriscar num texto longo... Mas vamos ao assunto, já que parece que meu estilo de escrita é o de divagar antes mesmo de chegar no assunto principal. Hoje foi a primeira vez que vi a tal da calima. Segundo aprendi em conversas rápidas e informais com 2 locais - a moça que me vendeu meu SIM espanhol e um taxista que trouxe a gente de La Laguna pro nosso apartamento definitivo em Santa Cruz de Tenerife - a calima é uma ventania com poeira vinda do Marrocos* e originária do Saara. 

Num primeiro momento parece meio longe, mas o fato é que estamos aqui a uns 300km da costa do Marrocos. Menos ainda considerando a ilha mais próxima da costa da África, Fuerteventura. O resultado que notei é que ficou tudo enevoado, empoeirado e fica um vento desagradável. Forte e empoeirado. E o cabelo não pára quieto. O que me levou a raspá-lo. Mas isso já é coisa pra outro parágrafo em outro momento.

(Direitos: 2014 - Informaciones Canárias S.A.)
(*) Na verdade não vem do Marrocos, mas por diversos "caminhos". A origem é o Saara.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Appliances (ou a máquina de lavar bem usada)

Há algumas coisas nas quais nunca pensamos quando vivemos na nossa casa com nossos eletrodomésticos. A gente muda, o apartamento, a casa ou o barracão estão vazios. A gente vai lá e enche (ou não) de eletrodomésticos. No mínimo, pra viver com mais conforto, é fogão, cama, geladeira e máquina de lavar. A partir daí dá pra ir equipando aos poucos.

Bom, aqui a gente alugou já mobiliado. Assim como foi quando morei, em Nancy (olha que massa essa webcam!), em Buenos Aires e em Valência. Até aí tudo bem, você demora um pouco pra aprender a mexer no forno, no fogão por indução e na máquina de lavar. Às vezes dá até pra baixar pdf do manual pela internet. Este apartamento em Tenerife foi reformado antes da gente entrar. Piso novo, pintadinho, geladeira nova e fogão novo - fogão é o cooktop por indução e forno. Aqui é separado. Pessoalmente, gosto mais de fogão com chama mesmo, a gás. Mas a máquina de lavar, essa é velhinha. Velhinha mesmo. Nenhum problema, funciona. Foi só aprender a usar.

Tudo certo? Não. A experiência de várias moradas vale ouro. Alguém, com sua máquina de lavar comprada zero, já se preocupou em limpar o filtro? Aquele filtro que segura pêlos, sujeirinhas, etc. Muita gente nem sabe dele e, portanto, nunca o limpou. Outros certamente vão lá de vez em quando e o limpam. Mas e quando a máquina é usada e você chegou no apartamento mobiliado? Vale a pena limpar!

Antes:
  1. por fora
  2. com "o grosso"
  3. sem "o grosso", mas ainda a ser escovado
  4. receptáculo da máquina onde fica o filtro




Depois:
  1. Receptáculo (mais ou menos, pois não dá pra enfiar a cara lá)
  2. Dentro
  3. Fora



Agora a parte que é engraçada: ou só me lembrei do filtro quando tirei a roupa lavada da máquina e tava cheia de pêlos. Óbvio que não vou lavar de novo, mas já tá resolvido pras próximas lavagens. 

Apanhando do sistema do blog

Comecei com essa brincadeira de blog ontem. Os textos não, eu já tava escrevendo desde que cheguei aqui. Mas fui me meter a besta: colocar links pra algumas coisas, fui mudar fonte - pois Courier tava ruim no celular.

E não é que descubro que as atualizações não aparecem? E já desperdicei 30 preciosos minutos de vida tentando resolver o problema. Não consegui. Minha decisão: foda-se. Se for me meter nos detalhes, vai virar trabalho. Se virar trabalho, o blog perde a razão primária de existir. Sendo assim, deixo aqui meu pedido de desculpas se a visualização não tá tão legal. Espero que ao menos as próximas publicações saiam corretamente.

Dito isto, uma foto da vista do apartamento numa (rara) manhã nublada aqui em Santa Cruz de Tenerife.


(Quem procurar com paciência achar o mar nessa foto...)

domingo, 9 de fevereiro de 2020

Ilhado, pero nunca isolado

Uma das minhas viagens na maionese era que se ficasse milionário gostaria de morar numa ilha. (E não venham encher o saco, eu faço por onde, jogo na MegaSena quase sempre que o prêmio passa de 10 milhões de reais. Sim, é praticamente impossível ganhar. Mas, como me disse uma vez um sábio amigo, que de tão sábio virou escritor e consegue viver disso - aquele abraço Jacques Fux! A gente joga na MegaSena é pra ter o direito de sonhar em ser rico. Basicamente, uma taxa sobre o sonho) Sim, relativamente isolado, mas com as comodidades que um homem de meia-idade gosta: internet de alta velocidade e supermercado do bom. A ilha da Madeira era a minha candidata. Óbvio, idealizada. Mas não é esse o ponto em se imaginar milionário?

Aí estou eu hoje, quase morador de uma ilha. É uma ilha grande, nada daquelas de desenho animado com a palmerinha só. Mas devo dizer que durou umas boas 48 horas a estranha sensação de que estava "preso" aqui. Pra qualquer lugar diferente que eu queira ir, tirando as outras cidades da ilha, obviamente, tem que ser de barco ou avião. Com passagens custando em euros. E se for Europa, são 2h30. Sim, porque se as Canárias são politicamente Europa, mas geograficamente são África. Não sei bem explicar, foi uma sensação meio de limitação de possibilidades. Felizmente e naturalmente, já passou. Até porque é tanto pra explorar aqui que temo que 6 meses nem sejam suficientes (provavelmente tô errado aqui, mas vai ser interessante ler isso daqui há uns meses).


Concluindo, a sensação de limitação passou rapidamente a uma curiosidade grande sobre o lugar. Tá bacana.


Moro onde não mora ninguém (ou vivendo no quarto do hotel)

Já faz uma semana que saí de BH (texto do dia 26/01), 5 dias incompletos aqui em Santa Cruz de Tenerife. Por enquanto, só ligando, andando e buscando apartamentos e trocando de quarto de hotel (amanhã tem mais! Mas vai ser de hotel. Os preços aqui ficaram fora do orçamento.) e com roupas na mala. Roupa na mala é aquele negócio: dá preguiça de tirar, pois vai ter que guardar. Não dá pra lavar (não a preços pagáveis num hotel) a que já tá suja. É ruim de achar o que você precisa e a cueca não tá naquele saco, aquele é o de meias. Além disso, é complicado ficar comendo no quarto. Que dá dá, a gente faz isso, mas dificil com coisas de supermercado. E isso tudo acontece porque além de estar num hotel, passo muito tempo nele, principalmente no quarto. Tem que esperar contato de corretor, tem que marcar visita. Aí uma visita é de manhã, outra à tarde, etc. Em resumo, já tá fazendo falta ter casa pra poder comprar comida no supermercado e ter a roupa dobrada no armário*. Só que essa introdução toda é só pra falar que nesse período inicial a utilização do tempo tá bem diferente. Eu achava que o tempo que fico à toa - e nesse final de semana foi bastante, já que não dá pra buscar apartamento - ia começar a me incomodar. Que eu tinha que fazer alguma coisa, ler, ir andar, ver a cidade. Nada disso. Eu, que sou agitado, gosto de fazer muita coisa, tô ficando um tempão à toa. E tô achando bem bom. Sem culpa nenhuma. Ao menos por enquanto. Não sei se vai continuar assim, mas provavelmente vou voltar ao tema no futuro.

(*) Não que eu tivesse minha roupa no armário. Geralmente eu a deixava dobrada sobre uma parte da cama do quarto de visitas do ex-apartamento. Recentemente, inclusive, eu tinha melhorado o processo e diminuído uma etapa, a de dobrar as roupas. Era de esticada no varal pro corpo. No clima seco de BH, funcionava à perfeição. Aqui ainda vou ter que descobrir.

Correria e corridinha

Hoje* resolvi sair pra correr. Ando cansado e acho que tem a ver com a ansiedade em (e dificuldade de) conseguir um apartamento aqui para 6 meses. Sim, o valor do euro aperta e limita as opções, mas o problema principal tem sido encontrar locadores interessados em aluguéis curtos. Aparentemente, Tenerife está muito acostumada aos turistas, mas não a visitantes de estadia média. De qualquer modo, correr me deu satisfação. Não pelo tempo (30 minutos, 4,5 km), já que já não corro faz tempo e, obviamente, não é de se esperar que se ganhe condicionamento físico simplesmente por envelhecer. Mas voltando à satisfação, a razão principal dela foi a sensação de fazer parte da cidade. É como se, durante a corrida, eu já estivesse me tornando morador daqui. Foi legal.




 (*) esse texto é do dia 26/01. É que escrevo quando dá na telha, e publico idem.

Já escolhi meu time

A camisa oficial do Tenerife CD, fabricada pela Hummel, com e sem patrocínios custa 65 euros. A loja, em que estive no sábado (dia 25) está com 20% de desconto, ou seja, a camisa tá saindo por 52 euros. Mesmo sendo um dos fiadores da regra "de que quem converte não se diverte", não pude evitar a comparação. O euro que paguei no Brasil, com IOF, dava praticamente R$5,00. Nessa valor, a camisa do Tenerife sai por R$260,00. A camisa oficial do Galo, Le Coq Sportif, COM patrocínios (parece um abadá), custa na loja do galo pela internet R$259.99. Sim, com o euro mais caro que me lembro ter visto na vida, as camisas custam o mesmo em reais. Tô pensando em comprá-la. A do Tenerife, claro.