Fase 2 da desescalada

Boa parte da Espanha já está na Fase 2 da desescalada. Algumas ilhas das Canárias, inclusive já na fase 3, pois praticamente não tiveram casos. Tenerife, fase 2, horários mais flexíveis: já podemos nos exercitar entre 12h e 19h, sendo que de 10h às 12h e de 19h às 20h ainda são horários reservados para idosos e crianças. Isso pra exercícios, pois para atividades de comércio, compras, serviços, pode-se fazer entre 10h e 12h.

Eu continuo tentado fazer as caminhadas, agora até abusando e intercalando com uns 20 ou 25 minutos de corrida leve. Tá indo. As trilhas, minha grande diversão aqui, ainda com severas limitações. A piscina olímpica ainda fechada, apesar de que a o complexo de lazer com piscinas abriu, só pra mil pessoas por dia e com compra antecipada pela internet.

Ontem abriu a biblioteca pública. Apenas para devolução de livros sem marcar hora e com hora marcada, por telefone ou e-mail, para fazer empréstimos. Os serviços in loco ainda estão parados, como uso de computadores, estudos, etc. Pois hoje fui lá, devolvi o livro que tinha pego antes do lockdown e peguei minha carteirinha.

Foi ótima a sensação, mas ao mesmo tempo um pouco melancólica. É como se tudo que eu gostasse de fazer aqui e as oportunidades de curtir estivessem ao mesmo tempo voltando a estar disponíveis e acabando, pois em 2 meses tenho que ir embora. Mas fato é que já estou trabalhando nisso e vendo uma prorrogação de estância, até porque a pandemia tá quente no Brasil e já já lá será o centro dela. Bons argumentos para ficar aqui temos, o problema é conseguir resolver as coisas. Esse tipo de procedimento é feito na polícia, que só atende agora por e-mail e estamos há 3 dias esperando resposta do primeiro e-mail... De qualquer modo, vamos tentando. O que não anima é voltar pro Brasil em agosto, pra procurar apartamento e com trabalho pra começar em janeiro. Seria um desperdício de tempo sabático, além de um claro risco de saúde. Veremos. Provavelmente mais sobre isso no futuro.

Algumas fotos de hoje, uma do Castelo de San Juan Bautista e duas da biblioteca, ainda sem ninguém lá dentro além dos funcionários.

 

Absorvendo a nova normalidade

Fase 1 da desescalada, tô indo - até me forçando um pouco a - caminhar. Só pode entre 6h e 10h e 20h e 23h, então tem que aproveitar.

Já explorei bem a cidade e me restam poucos lugares agradáveis que não tenham morros pra caminhar mais perto. Mas hoje foi noutro canto. Passei pelas minhas praças favoritas, mas resolvi suber um pouco o morro. Granta surpresa, achei a ruazinha que está nas fotos.

Mas vim aqui mesmo foi pra falar das coisas boas de estar à toa. Verdade que arrumei trabalho (não remunerado!), que é fazer revisão de trabalhos científicos para revistas. De qualquer modo, faria igualmente se estivesse trabalhando, e é uma forma de me manter um pouco "na ativa". 

Isto posto, o tempo que tenho me permite coisas menos comuns. Hoje, finalmente, tive vontade de desenhar. Fui lá em fiz alguns exercícios de desenho. Fico feliz, pois acho que o desânimo causado pela pandemia e pela preocupação, apesar de ter ido embora, tá menos intenso. Além disso, ouço muita música e resolvi ouvir na ordem a discografia de Chico Buarque. Parei em 1984 - ele tem muita coisa, e não vou ouvir tudo de uma vez. Foi legal, re-escutei discos que conhecia, músicas que ouvia na infância de carona com meus pais, e outras que nem me lembrava ou não conhecia.

Pois me tocou tanto o Fado Tropical que resolvi ir atrás da história da canção. E, dono do meu tempo, parei aqui: um trabalho apresentado num simpósio da ABRALIC (Associação Brasileira de Literatura Comparada). 

Espero que os interessados saboreiem como estou saboreando.

 

(Uma foto das bandeiras ao voltar pra casa)

 

Recomeçando (2)

Até depois do fim do confinamento, os dias ainda são um pouco "dia da marmota". Na fase 1 de desescalada ainda não posso fazer trilhas, de tal sorte que saio andando pela cidade, no "calçadão". Mas é agradável, não tenho do que reclamar considerando que há uma pandemia lá fora e eu estou morando numa ilha.

Mas ao menos tem algumas fotos.

 

Recomeçando

Despertador às 7h, levanto sem hesitar, café da manhã e bora caminhar. Sem exageros - decidi ainda não correr - pra ver como vai ficar o pé. Não tinha comentado, mas fiquei com uma dor no pé esquerdo no primeiro dia que pudemos caminhar na rua. Esperei, troquei de tênis e passou. Voltei hoje com o mesmo tênis e pronto, voltou a doer. É o tênis de correr. Parece que terá de ser aposentado... Uma pena, ainda está em boas condições.

Dito isso, caminhada sem nada especial. Escutando podcast e curtindo o friozinho da manhã. 1h15 minutos, nem sei a distância. Mas parei pra tirar umas fotos dessa minha nova cidade que está na lista das minhas favoritas.

Espero que gostem das fotos.

 

Fase 1

A Espanha começou a sair do confinamento. São 4 diferentes estágios com diferentes características, de acordo com indicadores de número de casos da COVID-19, leitos, mortes, leitos de UTI liberados e ocupados, etc.

Desde ontem, segunda-feira dia 11, aqui nas Canárias entramos na Fase 1, depois de uma semana de Fase 0. Na atual, alguns bares podem abrir, alguma aglomeração de pessoas é permitida - no máximo 10 pessoas, se não me engano. Para terem uma ideia, ontem foram 8 novos contágios em todo o arquipélago. Por isso chegamos apenas à fase 1.

Mas o que isso quer dizer além de que as medidas são ainda bem estritas? São estritas em relação aos indicadores, mas a vida já começa a voltar a parecer com o antigo normal.

Em relação a mim, ainda tenho que respeitar os horários de sair para me exercitar, mas já posso, se der vontade, pegar comida na rua pra trazer pra casa já que alguns restaurantes abriram para entregas e, o principal, já posso me locomover pela ilha (de máscara no transporte público, que ainda não sei se já está com horários mais amplos) e voltar a fazer trilhas. SIm, amanhã vou planejar uma que já fiz e ver se consigo fazê-la na quinta, condições permitindo.

Tudo ficando bem, mas noto que esse confinamento deixou algumas marcas. Meu ânimo pra sair de casa é mínimo! Eu não sei se me acostumei aqui e ainda inconscientemente considero a rua um lugar de risco - sabendo que aqui praticamente não há roubos ou assaltos, não é desse risco que falo - e ainda é desconfortável sair. Acho que as péssimas notícias do Brasil também influenciam nesse humor pra baixo. Vamos ver nos próximos dias se o humor melhora.

Acho que aos poucos voltarei ao horário normal, melhorará o sono e terei mais disposição. Ainda me restam 2 meses e meio aqui e quero tirar o melhor deles. 

p.s.: Agora que vou voltar pra rua, é provável que voltem a aparecer fotos por aqui.

E não veio o dia 50 de quarentena

2 de maio de 2020, o primeiro dia do plano de "desescalada" do isolamento. Estamos na fase 0. Nessa fase, adultos com menos de 70 anos podem sair para praticar esportes de 6h às 11h e de 20h às 23h, apenas no município de residência. Não se pode usar carro nem transporte público para ir fazer o exercício, tem que sair a pé de casa e deve-se manter um mínimo de 2m de distância das outras pessoas. Caso não seja esporte, mas apenas um passeio, pede-se uso de máscara e que a distância máxima do domicílo seja de 1km. Raio de 1km de casa.

Parece restritivo, né? Talvez seja em condições normais. No quinquagésimo dia foi delicioso! Saímos para andar - não me arriscaria a correr depois de quase 2 meses já sem preparo antes - e andamos por quase 2 horas sem parar.

Um pouco desconfortável, verdade, já que o vírus tá lá fora, muita gente de máscara e luvas e, felizmente, muita gente respeitando as normas e deliberadamente evitando se aproximar dos outros. Dentro do que a prudência nos permite, foi um enorme prazer caminhar. Já começo a sonhar com as fases 1 ou 2! Esperemos que essa primeira abertura não jogue novamente os casos lá pra cima, senão teremos que ir a lockdown novamente. Mas confesso que já sonho com uma ou outra trilha antes que chegue a data de voltar pro Brasil.